O número de mulheres caçadoras no Japão vem crescendo nos últimos tempos, no que geralmente é considerado um mundo dos homens, aumentando as expectativas de que elas vão se tornar importantes protagonistas em proteger os agricultores dos danos causados por animais selvagens.
A quantidade de mulheres com licença para caça totalizou 3.184 no ano fiscal de 2014, duas vezes mais em comparação há 5 anos, contra o número total de licenciados de 193.762, queda acentuada de cerca de 518.000 em 1975 e 290.000 em 1990, de acordo com as estatísticas mais recentes do Ministério do Meio Ambiente.
Dados do Ministério da Fazenda mostram que os setores da agricultura e florestas vêm reportando, de forma constante, altos níveis de danos provocados por javalis, veados, pássaros e outros animais. O prejuízo totalizou 17,6 bilhões de ienes no ano fiscal de 2015.
As mulheres caçadoras estão chamando atenção tanto na mídia como nos círculos de caça
A crescente tendência de mulheres caçadoras é considerada significante sob as circunstâncias e Chiharu Hatakeyama, de 31 anos, está entre aquelas que são chamadas de “kari girls” (damas caçadoras) e está chamando atenção tanto na mídia como nos círculos de caça.
Ex-residente da periferia de Tóquio, Hatakeyama obteve uma licença para caçar animais silvestres usando armadilhas em 2013, levada pela interrupção das redes de fornecimento de alimentos e outras necessidades diárias após o desastre de março de 2011 que devastou uma ampla área do nordeste do Japão.
Ela se mudou para o interior da província de Fukoka após o desastre, que deu a ela a oportunidade de reconsiderar seu estilo de vida e a cultura de alimentos do Japão. Ela agora aprendeu como abater animais e escreveu um livro sobre sua experiência.
As licenças para caça do Japão são divididas em 4 tipos, incluindo o nível mais alto em que espingardas e rifles podem ser usados se permitidos através de procedimentos separados. A licença que Hatakeyama possui é para armadinhas, sem uso de armas de fogo.
O crescente papel das mulheres no serviço de controle da vida selvagem
O Ministério da Agricultura, Floresta e Pesca reconhece o crescente potencial do papel das mulheres no serviço de controle da vida selvagem.
“Ainda vai se tornar uma grande onda”, disse um funcionário do ministério. “Mas é de grande significado ver o número de mulheres aumentando porque há um limite na extensão do que pode ser feito por caçadores sazonais atualmente disponíveis em remover animais nocivos”.
Fonte: Japan Today/ Kyodo Imagem: Bank Image