Na segunda-feira (22), a Dieta ouviu pessoas que têm sido obrigadas a viver com restrições e dificuldades por causa da atual Lei de Imigração.
Elas foram acompanhadas pelas pessoas das entidades que dão apoio e deram depoimentos que fazem os legisladores questionarem a respeito das emendas que precisam ser feitas, para solucionar esse tipo de problema com os estrangeiros.
Um dos casos é o de conceder o visto de residência para os filhos mas obriga os seus pais a voltarem para os seus países de origem.
“Nós, estrangeiros, temos o direito de viver com nossos pais”, disse um estudante universitário, do segundo ano, nascido e criado no Japão, de uma família ganesa. “Não podemos viver sem nossos pais”, enfatizou o ganês. Se a contraproposta do partido de oposição for aceita, disse ele, “jovens como eu e suas famílias podem ser salvos”.
“Volte para o Peru”
Outra pessoa que fez o relato foi uma peruana, que está em liberdade provisória (karihomen) do presídio da Imigração, disse que apesar do que ouviu “não posso obter o visto sacrificando minha mãe. Não posso imaginar a família separada”. A estudante universitária relembrou o que ouviu de um oficial da Imigração, quando ainda era criança: “deixe as crianças e volte para o Peru”, revelou. Atualmente está vivendo com sua mãe e seu irmão mais novo, pois seu pai foi deportado para o Peru em 2016.
A peruana fala pouco o idioma espanhol, pois nasceu e foi criada no Japão e tem o japonês como língua “materna”. Também nunca saiu do Japão.
Como ela são cerca de 200 filhos de estrangeiros, nascidos e criados no país, sem visto de residência. Apelou para que o governo revise e conceda o visto de permanência.
Por estar em liberdade provisória não pode trabalhar e está sem perspectiva de encontrar uma colocação após a formatura.
Ippei Torii, diretor co-representante da Rede Nacional de Solidariedade com os Imigrantes, disse: “A realidade é que a resposta muda dependendo de quem está no comando”, se referindo à Agência dos Serviços de Imigração.
O legislador do Partido Comunista Japonês, Sohei Nihi, enfatizou que fará o possível para aprovar a proposta do partido de oposição, afirmando que é inaceitável desrespeitar a vida e os direitos humanos, separando as famílias.
Uma estudante, filha de brasileiro que faleceu, e de mãe tailandesa, também sem visto, relatou o drama de viver assim (veja a matéria já publicada).
Fontes: Huffington Post, Shinmai e JCP