
Em meio a protestos contínuos em Los Angeles, 700 fuzileiros navais foram mobilizados para proteger propriedades e agentes federais (NHK)
O Pentágono mobilizou cerca de 700 fuzileiros navais para Los Angeles, na Califórnia, na segunda-feira (9) para ajudar os membros da Guarda Nacional a responderem aos protestos sobre imigração, conforme informaram autoridades.
Esta ação ocorre enquanto a Califórnia se prepara para processar o presidente Donald Trump em relação ao uso das tropas da Guarda Nacional, com os manifestantes ocupando as ruas da cidade pelo quarto dia consecutivo.
Fuzileiros estão sendo deslocados de sua base em Twentynine Palms, no deserto do sul da Califórnia, para proteger propriedades e agentes federais, segundo comunicado do Comando Norte dos EUA.
Embora estejam presentes, os fuzileiros e a Guarda Nacional não deverão realizar tarefas de aplicação da lei, que são proibidas pela Lei Posse Comitatus.
Trump não invocou a Lei da Insurreição para permitir tais ações, e não está claro se tem essa intenção.
O chefe de polícia de Los Angeles, Jim McDonnell, afirmou na segunda-feira que confia na capacidade do departamento de polícia de lidar com grandes manifestações, mas destacou que a chegada dos fuzileiros, sem a devida coordenação com o departamento de polícia, representa um “desafio logístico e operacional significativo”.
O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, anunciou que pretendia mover uma ação legal sobre o uso das tropas da Guarda Nacional, alegando que o presidente “violou” a soberania do estado.
“Não levamos de forma leve o abuso de autoridade pelo presidente ao mobilizar ilegalmente a Guarda Nacional da Califórnia”, afirmou Bonta, que planeja buscar uma ordem do tribunal declarando a mobilização ilegal e pedindo uma liminar para parar o destacamento.
A presença da Guarda Nacional seguiu-se a dois dias de protestos que começaram na sexta-feira (6) no centro de Los Angeles, após as autoridades federais de imigração prenderem mais de 40 pessoas em toda a cidade naquele dia.
Na segunda-feira, o cheiro de fumaça ainda pairava sobre a cidade, um dia após manifestantes bloquearem uma rodovia principal e incendiarem carros autônomos, enquanto a polícia respondia com gás lacrimogêneo, balas de borracha e granadas de efeito moral.
A presença policial era massiva, com viaturas de cidades vizinhas bloqueando ruas em frente à instalação federal de detenção que era o foco dos protestos.
Os confrontos ocorreram em apenas alguns quarteirões de uma cidade imensa com cerca de 4 milhões de habitantes, a maioria seguindo suas vidas normalmente em ruas pacíficas.
Fonte: Mainichi