
Nova ministra japonesa nega plano de deportação em massa (ilustrativa/banco de imagens)
Falsas alegações de que a nova primeira-ministra do Japão criou um ministério para “deportações em massa” têm sido amplamente difundidas online, enquanto informações erradas sobre imigração aumentam após um partido “japonês em primeiro lugar” ter se saído bem nas eleições deste ano.
As declarações enganosas circulando no X e Facebook — principalmente em inglês — afirmam que Sanae Takaichi, a primeira mulher premiê do Japão que tomou posse esta semana, pediu a Kimi Onoda para liderar o ministério.
Onoda foi nomeada na terça-feira (21) para uma série de funções, principalmente ministra da Segurança Econômica e ministra encarregada de uma “sociedade de convivência ordenada e harmoniosa com cidadãos estrangeiros”.
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Um departamento com o mesmo nome foi criado sob o antecessor de Takaichi, Shigeru Ishiba, embora a nomeação de um ministro de gabinete para supervisioná-lo seja uma novidade.
Não houve menção a deportações em massa
Em uma coletiva de imprensa na quarta-feira (22), Onoda afirmou que o Japão “vai lidar rigorosamente com cidadãos estrangeiros que não seguem as regras”, mas não houve menção a deportações em massa.
O uso inapropriado de vários sistemas por alguns residentes estrangeiros, seus crimes e comportamentos inadequados estão causando ansiedade e uma sensação de injustiça entre os japoneses”, disse ela.
Os níveis de imigração no Japão permanecem baixos em comparação com outras economias ricas, mas, com uma população envelhecida, uma das menores taxas de natalidade do mundo e escassez de mão de obra em muitos setores, o número de imigrantes está aumentando.
Números crescentes de estrangeiros
Os números crescentes de estrangeiros, incluindo turistas, foram um grande tema na corrida pela liderança do Partido Liberal Democrata no início deste mês, que Takaichi venceu antes de ser eleita primeira-ministra.
Takaichi acusou estrangeiros de chutarem cervos em sua cidade natal, Nara.
Um dos posts amplamente compartilhados no X dizia que Takaichi foi “empossada e imediatamente criou um ministério para deportações em massa”, recebendo mais de nove milhões de visualizações.
Outro vídeo espalhado no Facebook falsamente afirmava que o imperador do Japão havia aprovado “o plano nacional de deportação”.
Circulando em outras línguas
As falsas alegações também estavam circulando em tailandês, alemão e espanhol.
Eles vêm após um programa de intercâmbio cultural e social japonês com quatro nações africanas ser cancelado no mês passado, após desencadear uma enxurrada de e-mails e ligações de pessoas que falsamente acreditavam que era uma nova política de imigração.
Também no mês passado, a cidade de Kitakyushu foi, supostamente, inundada com reclamações após alegações imprecisas de que planejava cardápios escolares amigáveis aos muçulmanos.
Em julho, o partido anti-imigração Sanseito teve um bom desempenho nas eleições da câmara alta, aumentando seu número de cadeiras de duas para 15. Na câmara baixa, ele tem três parlamentares.
Sua agenda ecoa outros movimentos populistas ao redor do mundo, criticando “elitismo” e “globalismo”, dizendo que trará “o poder de volta ao povo”.
Fonte: JT







