Pessoas em Bangkok, Tailândia, de máscara em meio à pandemia de coronavírus em 2020 (banco de imagens PM)
A Terra será lar para 8,8 bilhões de pessoas em 2100, dois bilhões a menos das atuais projeções nas Nações Unidas, de acordo com um grande estudo publicado na quarta-feira (15) que prevê novos alinhamentos globais de poder modelados pelas taxas de fertilidade em declínio e populações em envelhecimento.
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Até 2100, 183 de 195 países não terão taxas de fertilidade necessárias para manter a atual população, de acordo com a publicação no Lancet da equipe internacional de pesquisadores.
Mais de 20 países – incluindo Japão, Espanha, Itália, Tailândia, Portugal, Coreia do Sul e Polônia – terão seus números diminuídos em pelo menos a metade.
Os da China cairão para cerca do mesmo nível, de 1,4 bilhão de pessoas hoje para 730 milhões em 80 anos.
A África subsariana, enquanto isso, triplicará em tamanho para cerca de 3 bilhões de pessoas, com a Nigéria expandindo para quase 800 milhões em 2100, segunda apenas atrás do 1,1 bilhão da China.
“Essas previsões sugerem boas notícias para o meio ambiente, com menos estresse sobre sistemas de produção de alimentos e menos emissões de carbono, assim como oportunidade econômica significativa para partes da África subsariana”, disse o autor do estudo Christopher Murray, diretor do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) na Universidade de Washington.
“Entretanto, a maioria dos países da África verão forças de trabalho em encolhimento e pirâmides populacionais invertidas, as quais terão profundas consequências negativas para a economia”.
Problemas Sociais
Para países de alta renda nessa categoria, as melhores soluções para níveis sustentáveis de população e crescimento econômico serão políticas flexíveis de imigração e suporte social para famílias que querem filhos, concluiu o estudo.
Serviços sociais e sistemas de saúde precisarão ser revisados para acomodar populações muito mais velhas.
Visto que a fertilidade cai e a expectativa de vida aumenta no mundo, o número de crianças com menos de 5 anos deve diminuir em mais de 40%, de 681 milhões em 2017 para 401 milhões em 2100, de acordo com o estudo.
Por outro lado, 2,37 bilhões de pessoas – mais de um quarto da população global – terá mais de 65 anos até lá.
Aquelas com mais de 80 anos vão aumentar de cerca de 140 milhões hoje para 866 milhões.
Declínios acentuados no número de proporção de população em idade ativa também representarão amplos desafios em muitos países.
“Sociedades terão que se esforçar com menos trabalhadores e contribuintes”, citou Stein Emil Vollset, professor no IHME.
Previsão da economia
Até 2050, o PIB (produto interno bruto) da China ultrapassará o dos EUA, mas cairá para o segundo lugar até 2100, preveem.
O PIB da Índia aumentará e tomará o terceiro lugar, enquanto Japão, Alemanha, França e Reino Unido ficarão entre as 10 maiores economias do mundo.
O Brasil deve cair do 8º no ranking hoje para o 13º, e a Rússia do 10º para o 14º lugar. As potências históricas Itália e Espanha, enquanto isso, cairão do topo das 15 para o 25º e 28º lugares, respectivamente.
A Indonésia poderia se tornar a 12º maior economia globalmente, enquanto a Nigéria – atualmente em 28º lugar – deve ficar entre as 10 mais.
“Até o fim deste século, o mundo será bipolar, com Índia, Nigéria, China e os EUA sendo as potências dominantes”, disse Richard Horton, descrevendo o estudo como delineando “mudanças radicais no poder geopolítico”.
Fonte: Japan Times