Cédulas de 10 mil ienes (banco de imagens PM)
A economia do Japão contrairá mais do que o previamente esperado e sofrerá leve deflação durante o atual ano fiscal, preveem analistas, revelando a natureza frágil de recuperação da devastadora pandemia de coronavírus.
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Analistas também veem tensões renovadas e aumentadas entre os EUA e a China como uma fonte adicional de preocupação para a terceira maior economia do mundo, que é fortemente dependente de exportações, mostrou uma pesquisa da Reuters nesta sexta-feira (14).
“A atividade econômica continuará a enfrentar restrições de medidas de distanciamento social” necessárias para prevenir a propagação do vírus, disse Taro Saito, membro de pesquisa executiva no NLI Research Institute.
“É provável que a economia do Japão retome no próximo ano fiscal, mas não vai recuperar amplos prejuízos incorridos neste ano”, disse ele.
A previsão é de que a economia encolha 5,6% no atual ano fiscal até março do ano que vem, mostrou a pesquisa de 32 economistas, mais do que uma contração de 5,3% projetada no mês passado. Em um cenário de pior caso, encolherá 8%.
A revisão para baixo ocorreu enquanto muitos analistas revisaram suas previsões para o PIB (Produto Interno Bruto) de abril-junho para uma contração de 27% – o cenário de pior caso do mês passado – a partir de uma queda de cerca de 24% projetada em julho.
O governo publicará os dados de abril-junho na segunda-feira (17).
A economia do Japão crescerá somente 3,3% no ano seguinte com início em 2021, mostrou a pesquisa realizada entre 3 e 14 de agosto, inalterada da anterior em julho.
“A batalha contra o coronavírus será longa. Governos e bancos centrais não podem encerrar medidas para combater a pandemia até que uma vacina eficaz se torne disponível”, disse Mari Iwashita, economista-chefe de mercado na Daiwa Securities.
Conflito entre EUA e China
Uma recente deterioração nas relações entre EUA e China poderia complicar o panorama, visto que as duas maiores economias do mundo discordam sobre questões como comércio, tecnologia e pandemia.
Perguntados sobre como o conflito entre as duas nações afetaria a economia do Japão, cerca de 90% dos economistas entrevistados disseram que teria um impacto negativo.
Mais de 80% também disseram que companhias japonesas enfrentariam efeitos adversos se Washington e Pequim avançassem na criação de suas próprias zonas econômicas, o que marcaria um recuo da globalização.
“Blocos econômicos liderados por esses países, ou desglobalização, reduziriam o crescimento de produtividade global. Isso teria um impacto negativo no crescimento em potencial do Japão e no crescimento de produtividade de firmas japonesas”, disse Hiroshi Ugai, economista chefe na JP Morgan Securities Japan.
Fonte: U.S. News