O pronunciamento de Carlos Ghosn, de Beiurte, na noite de quarta-feira (8), gerou mal estar entre as autoridades do Japão.
A Ministra da Justiça, Masako Mori, realizou uma segunda coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira (9) para contestar as severas críticas do ex-executivo da Nissan, acusado de violação de confiança e de subnotificação de sua renda.
Para rebater o que disse em relação ao judiciário japonês, a ministra enfatizou “se é inocente deve passar confiantemente pelo tribunal”. Também mandou o recado para que apresente as provas concretas.
“A maioria das críticas é abstrata e sem fundamento”, disse ela em relação ao que listou Ghosn na frente dos jornalistas.
Explicou “os promotores japoneses estabeleceram uma prática de processar pela primeira vez quando há uma alta probabilidade do réu ser condenado por evidências precisas. Os juízes julgam de um ponto de vista neutro e imparcial”. Sob seu ponto de vista o que Carlos Ghosn criticou “é abstrato, obscuro ou infundado”.
Para Mori a fuga dele foi “um ato criminoso e lamento”.
Outro se defende “é unilateral e pouco convincente”
Quem disse essa frase acima foi o Secretário Chefe de Gabinete, Yoshihide Suga, após o pronunciamento de Ghosn, igualmente na manhã de quinta-feira.
“O sistema de justiça criminal do Japão está operando com procedimentos adequados para esclarecer a verdade do caso e garantir os direitos humanos básicos dos indivíduos”, apontou Suga.
A ministra também falou que sabe que não será fácil conseguir conduzir o julgamento dele no Japão, mas que o governo persistirá. O mesmo foi citado por Suga “o governo continuará a trabalhar em estreita colaboração com países e organizações internacionais relacionados. Tomaremos todas as medidas possíveis para garantir que os procedimentos criminais sejam realizados adequadamente no Japão”.
Ministério Público também contesta
O Ministério Público divulgou uma nota enfatizando que “procedeu adequadamente a uma investigação em conformidade com as leis do Japão”, entre outras palavras.
Finalizou informando que “o réu Ghosn ignorou a lei japonesa, odiava ser punido e fugiu do país. Este órgão pretende tomar todas as medidas possíveis em cooperação com organizações relacionadas para levar o réu Ghosn a julgamento no Japão”.
Enfim, sem a volta de Carlos Ghosn não ocorrerá julgamento, pois nada se pode fazer sem o réu. Portanto, é quase certo que com essa fuga cinematográfica do Japão para o Líbano, o caso do que foi o titã da indústria automobilística, fique cravado na história, mas sem ponto final.
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Fontes: ANN, NHK e NLab