Cruel guerra na Ucrânia completa um ano

A chamada ‘operação militar’ da Rússia na Ucrânia foi e está sendo uma guerra cruel e inescrupulosa, a qual dura 1 ano, porque Putin não imaginou que o país vizinho resistiria com tanta braveza.

Foto: Ukrinform

Os exercícios militares da Rússia, nas fronteiras, prenunciavam o ataque na Ucrânia e, de fato, aconteceu em 24 de fevereiro de 2022.    

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Da ocupação russa de quase 30% do território ucraniano em fevereiro às derrotas humilhantes da Rússia no norte e no sul, da hesitação do Ocidente em fornecer armas a Kiev à promessa de centenas de tanques modernos, das dúvidas de todo o mundo sobre as próprias chances da Ucrânia de sobreviver à admiração global da coragem do povo ucraniano – este ano mudou para sempre a Ucrânia e o mundo.

Não importa o quão resistente a Ucrânia tenha sido, a brutalidade sem fim da Rússia também tornou este ano cheio de devastação e tragédia. A guerra ceifou a vida de milhares de civis, forçou milhões a fugir e causou danos de dezenas de bilhões de dólares.

Pelo menos 7.199 civis foram mortos pelos russos em um ano na Ucrânia, segundo o levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), até o começo do mês de fevereiro deste ano. Estima-se que 11.756 pessoas foram feridas. É incalculável o número de mulheres estupradas pelos soldados de Putin. Pode ser que esses números representem apenas uma parte da tragédia, sem falar nas 8 milhões ou mais de pessoas que se deslocaram dentro do país e outras 8 milhões que partiram para buscar abrigo em outros países

Os  danos no valor de UAH 1,9 trilhão (equivalente a 7 bilhões de ienes) foram infligidos ao meio ambiente em toda a Ucrânia. Como resultado da agressão armada da Rússia, mais de 33 milhões de toneladas de gases de efeito estufa foram emitidos. De fato, mais de 23 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa são causadas por incêndios como resultado da guerra.

Agradecimentos de Volodymyr Zelensky

Zelensky se emociona ao agradecer o apoio dos países parceiros (Ukrinform)

Na quinta-feira (23) o presidente da Ucrânia fez um pronunciamento agradecendo a todos os países parceiros. “Estamos felizes em ter parceiros tão maravilhosos que ajudam nosso país a não perder sua independência e a vida de nosso povo. Afinal, as pessoas são nossa maior prioridade”, disse em tom de emoção. 

Linha do tempo, de fevereiro de 2023 a fevereiro de 2024

Veja o resumo da linha do tempo da guerra sangrenta e cruel russa chamada de “invasão”.

Fevereiro

A maioria dos ucranianos estava dormindo quando o presidente russo, Vladimir Putin, declara invasão a Ucrânia em seu discurso por volta das 5h da manhã de 24 de fevereiro. Ele enganosamente esconde a brutal invasão em larga escala por trás da retórica de uma “operação militar especial” para “desmilitarizar” a Ucrânia.

Poucos momentos após o término do discurso de Putin, mísseis começam a cair em toda a Ucrânia e as forças russas atacam o país de várias direções em uma tentativa de decapitar o governo do presidente Volodymyr Zelensky e instalar um regime fantoche. Dezenas são mortos em poucas horas.

Pouco depois de 24 de fevereiro, o governo dos EUA oferece ao presidente Volodymyr Zelensky a evacuação de Kiev, mas ele recusa. Disse a famosa resposta: “A luta está aqui. Preciso de munição, não de carona”.

Putin se surpreendeu com a resistência ucraniana. Enquanto isso, a Ucrânia se inscreve oficialmente para se tornar um membro da União Europeia (UE).

Março

À medida que os combates avançam, centenas de milhares de ucranianos fogem de suas casas para os países vizinhos de trem, carro ou até mesmo a pé.

Ucranianos na estação de trem para fugirem para a Polônia (Kostyantyn Chernichkin/Kyiv Independent)

A União Europeia toma uma medida sem precedentes para ajudar aqueles que fogem da violência russa: os estados membros mantêm suas fronteiras abertas e ativam a diretiva de proteção temporária.

A UE impõe severas sanções contra a Rússia e outros aliados começam a fazer o mesmo.

As forças russas ocupam a cidade de Kherson, no sul, tornando-se palco de combates ferozes.

A Rússia ataca Mariupol, reduzindo a outrora vibrante cidade portuária em escombros. 

Os militares russos assumem o controle da Usina Nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa e entre as 10 maiores do mundo.

Foto: Ukrinform

Um mês após a invasão, Joe Biden visita a Varsóvia, na Polônia e critica Putin, referindo-se a ele como um “açougueiro” e dizendo: “pelo amor de Deus, este homem não pode permanecer no poder”.

Abril

Bucha, uma cidade satélite a noroeste de Kiev, é palco do pior massacre cometido no continente europeu no século XXI. 

Joe Biden, chama a guerra na Ucrânia de “genocídio” pela primeira vez, dizendo que “está ficando cada vez mais claro que Putin está apenas tentando acabar com a ideia de ser ucraniano. As evidências estão aumentando”.

Os russos atingiram uma estação de trem em Kramatorsk, Donetsk Oblast. Como a Rússia não conseguiu chegar a Kiev, muda para um objetivo de menor escala para ocupar Donetsk e Luhansk.

O cruzador de mísseis Moskva da Rússia, de 750 milhões de dólares, é afundado pelos ucranianos, mas os homens de Putin disseram que foi por causa de um incêndio.

Maio

Milhares de combatentes ucranianos, incluindo membros do regimento Azov, defenderam o último reduto ucraniano na cidade, a usina siderúrgica Azovsta. A luta terminou com a tomada da usina, que se tornou um símbolo da resistência da Ucrânia à invasão russa.

A cidade tinha uma população pré-guerra de 450 mil habitantes, mas foi efetivamente reduzida a cinzas. Os residentes descrevem as condições de vida como “nem comparáveis ao inferno”.

Suécia e a Finlândia, que tradicionalmente seguem uma política de não-alinhamento militar, ingressaram na OTAN.

No final de maio, os aliados da Ucrânia intensificaram as sanções contra a Rússia, com os estados membros da UE finalmente concordando com um embargo parcial ao petróleo russo. 

Junho

Em uma etapa histórica, os líderes da UE concedem à Ucrânia o status de candidato, o primeiro passo no caminho para a adesão plena. Por outro lado, o Kremlin intensifica seus esforços para pressionar a Europa cortando as entregas de gás pelo gasoduto principal.

Cenas de destruição como desta área são vistas em toda a Ucrânia (Ukrinform)

Em uma grande vitória, a Ucrânia pressiona as forças russas a se retirarem da estratégica Ilha das Cobras. 

A Rússia obtém uma vitória tática e se aproxima de seu objetivo de capturar Luhansk.

Julho

Lysychansk, a última cidade sob controle ucraniano em Luhansk, cai para a Rússia nos primeiros dias de julho.

A Rússia continua a lançar ataques mortais contra civis. 

Ucrânia consegue um acordo com a ONU e Turquia para desbloqueio da exportação dos grãos através do Mar Negro, mas a Rússia ataca o porto de Odesa com mísseis, inviabilizando o acordo.

Agosto

À medida que a Ucrânia adquire armas ocidentais avançadas, incluindo Sistemas de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade, ou HIMARS, fornecidos pelos EUA, ela começa a destruir a principal infraestrutura militar de Moscou nos territórios ocupados.

Enquanto isso, a Rússia transforma a Usina Nuclear Zaporizhzhia em Enerhodar ocupada em uma bomba-relógio, colocando em risco a segurança nuclear com seu bombardeio constante.

Setembro

A Ucrânia retoma grande parte do nordeste de Kharkiv em uma rápida contra-ofensiva surpresa. As Forças Armadas também ganham mais terreno no sul de Kherson.

Com a retirada russa, novas evidências de crimes de guerra vêm à tona, como as descobertas de enterros em massa, com várias sepulturas, e câmaras de tortura são descobertas.

Em uma grande troca de prisioneiros, a Ucrânia devolve 215 prisioneiros de guerra, incluindo alguns dos defensores de Azovstal. Kiev recebe 200 prisioneiros de guerra em troca de Viktor Medvedchuk, o político pró-Kremlin de maior destaque da Ucrânia e ex-braço direito de Putin no país.

Em 30 de setembro, Putin declara a anexação dos quatro oblasts: Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia.

No mesmo dia, Zelensky anuncia que a Ucrânia se candidata à adesão rápida à OTAN. 

Enquanto isso, na Europa, 4 vazamentos são descobertos nos oleodutos Nord Stream, que foram construídos para transportar gás da Rússia para a Alemanha sob o Mar Báltico.

A OTAN chama os vazamentos do Nord Stream de “atos deliberados de sabotagem”.

Outubro

A ponte da Crimeia, que foi construída ilegalmente após a ocupação russa da península em 2014, foi danificada por uma explosão. Moscou culpa a Ucrânia pelo ataque, enquanto Kiev nega estar por trás dele.

Trabalhadores de serviços de emergência perto de uma infraestrutura de energia que foi atingida por um míssil russo em 22 de outubro de 2022. (Ministério do Interior da Ucrânia via Telegram)

Apenas dois dias depois, a Rússia lança uma campanha para paralisar a infraestrutura energética da Ucrânia. Moscou admite abertamente que as instalações de energia da Ucrânia são um de seus principais alvos antes do inverno, admitindo efetivamente visar o sustento da população civil.

O ataque causa danos significativos à infraestrutura energética do país, atingindo 30% dela. Apagões contínuos são introduzidos em toda a Ucrânia para administrar o déficit de energia.

Novembro

Depois de uma campanha ucraniana de meses de ataque às rotas logísticas e pontes russas no sul, as forças russas receberam ordens de se retirar de Kherson, a única grande cidade que ocuparam desde 24 de fevereiro.

Zelensky propõe seu plano de paz de 10 pontos aos líderes do G20. Seu plano exige a retirada total da Rússia, o retorno de todos os prisioneiros e deportados, alimentos, energia, segurança nuclear e justiça para os crimes de guerra russos, entre outros requisitos.

A Ucrânia também recebe sistemas de defesa aérea ocidentais há muito esperados, como NASAMS e Aspide, enquanto o país se prepara para novos ataques de mísseis e drones russos.

Em meados de novembro, quase metade do sistema de energia da Ucrânia estava fora de serviço devido aos maciços ataques russos.

Pela primeira vez desde fevereiro, um míssil atinge o território da OTAN. Em 15 de novembro, durante um massivo ataque russo contra a Ucrânia, uma explosão matou duas pessoas no vilarejo polonês de Przewodow, cerca de seis quilômetros a oeste da fronteira ucraniana.

Dezembro

Donbass continua sendo o local das batalhas mais ferozes, mas a linha de frente faz poucas mudanças.

A Ucrânia usa drones para atacar bases aéreas no interior da Rússia, e vários bombardeiros estratégicos russos são danificados.

O Ocidente aumenta a ajuda à Ucrânia. A UE aprova um pacote de ajuda macrofinanceira de 18 mil milhões de euros.

Zelensky faz a primeira viagem ao exterior desde fevereiro. Durante uma visita histórica a Washington D.C., se encontra com Biden e se dirige ao Congresso dos EUA. Os EUA anunciam um novo pacote de ajuda militar de US$ 1,85 bilhão para a Ucrânia, incluindo o primeiro sistema de defesa aérea Patriot.

Na véspera de Ano Novo, a Rússia intensifica seus ataques com mísseis e drones, terminando o ano matando, ferindo e deslocando civis em Kiev.

Janeiro de 2023

As Forças Armadas da Ucrânia atacam os quartéis das tropas russas em Makiivka ocupada em Donetsk. Kiev estima o número de mortos no ataque em 400 soldados russos.

Enquanto isso, os ataques russos a áreas civis continuam no início de 2023, com o ataque a um prédio de apartamentos na cidade central de Dnipro resultando na morte de 46 pessoas. 

Em 18 de janeiro, um helicóptero transportando altos funcionários do Ministério do Interior da Ucrânia cai próximo a um jardim de infância e um prédio de apartamentos em Brovary, uma cidade a leste de Kiev, matando 14 pessoas, incluindo o ministro Denys Monastyrsky. Embora não tenha sido provado que o acidente esteja diretamente ligado à guerra e a investigação esteja em andamento, Zelensky acredita que “é resultado da guerra”.

Após meses de apelos de Kiev, o Ocidente concorda em fornecer tanques modernos a Kiev. O presidente dos EUA, Joe Biden, anuncia a entrega dos tanques M1 Abrams. O Reino Unido promete entregar tanques de batalha principais Challenger 2 e a Alemanha confirma o fornecimento de tanques Leopard 2. Berlim também autoriza a entrega de Leopards de outros países para Kiev.

Fevereiro de 2023

O presidente Volodymyr Zelensky faz uma viagem breve, mas movimentada, à Europa para consolidar o apoio antes do aniversário da guerra. Numa visita histórica a Bruxelas, dirige-se ao Parlamento Europeu, dizendo que a UE e a Ucrânia lutam juntas contra a “maior força anti-europeia do mundo moderno”.

4 mortos e 5 feridos em uma explosão do ataque russo em uma planta em Kiev (Ukrinform)

A luta se intensifica no leste, pois os relatórios de inteligência indicam que Putin instruiu suas tropas a tomar todo o Oblast de Donetsk até março. Zelensky avisa que a Rússia planeja um ataque de vingança pelas derrotas do ano passado.

Poucos dias antes de completar um ano da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, Biden faz uma visita surpresa a Kiev em uma demonstração de apoio “inabalável”. Ele promete $500 milhões em ajuda militar adicional para a Ucrânia.

Putin achava que a Ucrânia era fraca e o Ocidente estava dividido”, disse Biden, ao lado de Zelensky em Kiev. “Um ano depois, Kiev está de pé. E a Ucrânia está de pé. A democracia está de pé“, destaca.

Fontes: Ukrinform, Kyiv Independent, ABC News e All Jazeera

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‘Coronavírus praticamente já acabou’ – dizem autoridades chinesas

Publicado em 24 de fevereiro de 2023, em Notícias do Mundo

Autoridades chinesas dizem que coronavírus praticamente já acabou, reforçando que a população “tem anticorpos”.

Imagem: ANN

“O coronavírus basicamente acabou”, disse Liang Wannian, chefe de uma equipe de especialistas encarregada do novo coronavírus na autoridade de saúde da China, em entrevista coletiva no dia 23. Desde dezembro do ano passado, o número de infecções aumentou em todo o país, e Liang  explica que “a imunidade de rebanho foi estabelecida“.

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Entretanto, o especialista comentou que “Ainda não acabou completamente”, reforçando que as infecções “estão acontecendo localmente e esporadicamente”.

A China também foi atingida pela variante “XBB.1.5” que se espalhou nos Estados Unidos e em outros países. Contudo, autoridades de saúde chinesas disseram que a variante era “relativamente improvável de causar uma nova epidemia”.

Wu Chunyou, especialista em saúde e epidemias, divulgou uma análise em 21 de janeiro de que cerca de 80% da população total da China, totalizando cerca de 1,1 bilhão de pessoas, já foi infectada. O governo chinês encerrou sua política de “zero coronavírus” em janeiro deste ano.

Fonte: Nikkei

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