Morte do presidente honorário da Soka Gakkai

Considerado o “eterno mestre”, a instituição anunciou o passamento de Daisaku Ikeda.

Daisaku Ikeda (arquivo da NHK, de 2008)

Segundo a publicação da nota da instituição religiosa Soka Gakkai, no sábado (18), em sua página web, o presidente honorário Daisaku Ikeda faleceu devido à idade avançada na noite de 15 deste mês em sua casa em Shinjuku, Tóquio. Ele tinha 95 anos.  

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Como líder supremo da Soka Gakkai, expandiu a instituição e transformou-a na maior organização religiosa do Japão. Ele também esteve ativamente envolvido na política e fundou o partido Komeito em 1964.

Ikeda ingressou na Soka Gakkai, uma organização religiosa que adere ao budismo de Nichiren, em 1947, quando tinha 19 anos, e tornou-se o terceiro presidente em 1960.

Em 1975, fundou a Soka Gakkai International (SGI) e tornou-se seu presidente. Além de se concentrar no trabalho missionário no exterior, manteve reuniões com pessoas importantes de todo o mundo, incluindo o ex-presidente soviético Gorbachev, e desenvolveu a sua própria diplomacia privada.

Em 1979, se aposentou do cargo de presidente da Soka Gakkai e tornou-se presidente honorário, mas continuou no poder. Na constituição da Soka Gakkai, ele é considerado um “mestre eterno”, juntamente com Tsunesaburo Makiguchi, o primeiro presidente, e Josei Toda, o segundo presidente.

Filósofo, escritor e poeta, além de visionário, Ikeda elevou a Soka Gakkai como instituição mundial, presente em 200 países, em prol da paz, cultura e educação. Fundou instituições de ensino, desde a pré-escola à universidade, não só no Japão mas em outros países do mundo. 

Ele recebeu inúmeros títulos honoríficos no Japão e também no exterior, incluindo o Brasil.

Em relação à sua vida privada, era casado com Kaneko, 91 anos, com quem teve 3 filhos, sendo que o segundo faleceu.

Fontes: NHK e Yomiuri

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Luto à distância: saudade virtual e como preparar seu psicológico

Publicado em 18 de novembro de 2023, em Psicóloga Flavia Shiroma de Paula

Para quem mora no Japão, o luto se tece entre distancia e memórias. Saiba como enfrentar a dor da perda à distância, enfrentando desafios de honrar e recordar o ente querido.

Imagem ilustrativa

Um dos maiores desafios dos brasileiros que vivem no Japão é lidar com o medo de perder alguém muito querido no Brasil. Eu morei no Japão por dez anos, e meu marido por vinte, então posso escrever para vocês com propriedade sobre esse medo.

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Não só a distancia de 18.000 km nos separa da nossa família e amigos, como os altos valores das passagens aéreas acabam se tornando um complicador para que uma viagem desse porte seja feita de maneira rápida. A sensação é a de que nunca estamos preparados para a morte de alguém no Brasil, nem emocionalmente, nem financeiramente, embora saibamos o tempo todo que isso pode acontecer. O tempo vai passando e outras prioridades vão tomando conta dos salários.

O choque do luto é muito pessoal. Tem pessoas que estão o tempo todo ao lado da pessoa que morreu, mas não sofrem tanto esta perda quanto alguém que está no Japão há anos sem contato, pois o que importa é o que o falecido significa na sua vida.

Eu e o meu marido, por exemplo, sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, voltaríamos ao Brasil definitivamente, não só para estar perto das nossas famílias, mas também para estarmos próximos, caso “alguma coisa acontecesse”. Voltar foi uma forma que encontramos de lidar com uma possível morte de alguém, sem culpa.

Muitas vezes a culpa pode surgir (além da tristeza pelo luto) quando o tempo sem ver a família fica muito grande. Aí vem aquele pensamento: “porque não fui para o Brasil antes, porque não fiquei lá um tempo com a minha mãe”, etc. Na verdade, não há culpados. Muita gente não viaja porque não pode e não porque não quer! Mesmo assim, a culpa não quer saber e invade o sujeito que não conseguiu se organizar a tempo.

Conheci tanta gente que queria muito voltar para curtir os últimos anos dos pais velhinhos, mas teriam que abrir mão de uma condição de vida muito boa no Japão que jamais teriam no Brasil. A maioria ainda sustentava os pais ou uma família inteira com o dinheiro do Japão, fazendo com que a ideia de voltar para o Brasil de vez fosse um luxo e algo impossível. Não adiantaria estar perto dos pais, por exemplo, e não ter dinheiro para sustentar uma certa qualidade de vida.

Esse estar “entre a cruz e a espada” persegue quem vai para o Japão deixando a família (ou parte dela) no Brasil, até que a morte chega para alguém de lá e o que nos resta é apenas sofrer à distância, sem os abraços dos familiares e pior, sem dar um último adeus a quem se foi.

O luto é um processo que pode ser mais sofrido ou demorado dependendo muito do grau de afetividade que você mantinha com aquela pessoa. Se você tem alguém tão especial no Brasil e, caso isso aconteça, vou te dar algumas dicas para você que não estará lá.

Lidando com à perda estando distante

– Recolha-se num ambiente calmo e silencioso durante o sepultamento ou após para que você, mentalmente, se despeça. Fale o que está sentindo, das lembranças boas que tem da pessoa, dependendo da sua religião, acenda uma vela e faça suas orações. Isso ajudará a você entender que, para uma despedida definitiva, não há necessidade de presença física.

– Seja gentil com você mesmo e não se culpe pela ausência. Lembre-se dos motivos que você teve para decidir estar no Japão e entenda que o luto provoca tristeza, raiva, inconformidade, revolta e/ou culpa; então encare tudo que sentir como natural. Pode demorar, mas passa.

– Tente se fazer presente pelos aplicativos de mensagem, falando com quem está no Brasil, assim você não se sentirá tão isolado e conseguirá fazer parte de todo o processo burocrático com a sua família, se for o caso. Compartilhem suas dores, mas não só as dores. Fotos antigas e boas recordações podem ajudar a aliviar a tristeza entre vocês.

– Mantenha sempre a sua documentação de estrangeiro em ordem para facilitar o processo inventarial, se necessário. Lembre-se que, para quem ficou no Brasil, além de lidar com a dor, ainda tem que lidar com toda uma logística para velório, enterro, e entrada em papelada para inventário. Se você tiver seus documentos em dia, tudo fica menos complicado caso você precise, por exemplo, providenciar uma procuração.

Perder alguém que se ama a distancia pode ser uma das piores experiências da sua vida, mas isso não significa que será sempre nesta intensidade. Se precisar, procure ajuda profissional para lidar da melhor maneira possível com esta dor.

Eu e o meu marido abrimos mão de muita coisa para voltar ao Brasil. Isso mostra que tudo é uma questão de escolha. Não há certo ou errado. O que importa é o que você deseja, o que está dentro do SEU possível e o que te fará mais feliz!

Se você deseja iniciar um processo de psicoterapia, não hesite em entrar em contato. Cuide sempre as sua saúde mental.

Psicóloga Flavia Shiroma de Paula

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