O músico Pedro André Bahia

Com mais de 25 anos de carreira musical e passagens notáveis, compartilhou conosco suas reflexões sobre sua estadia no Japão.

Nesta entrevista exclusiva, Portal Mie teve a oportunidade de mergulhar na rica experiência de Pedro André Bahia, um músico brasileiro que recentemente fez uma emocionante turnê pelo Japão. Pedro, com mais de 25 anos de carreira musical e passagens notáveis, compartilhou conosco suas reflexões sobre sua estadia no Japão, sua conexão com as culturas japonesa e brasileira e o poder da música como ferramenta de compreensão e conexão cultural. Desde o encanto pelos templos de Kyoto até a criação de seu próprio ritmo, o “Reggaefunk,” Pedro nos guia por sua jornada única. Sem delongas, vamos conferir!

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Portal Mie: Pedro, você recentemente fez uma turnê no Japão, se apresentou em várias casas noturnas. Como foi a a sua experiência no Japão e o que mais está impressionando sobre esse país?
Pedro André Bahia: O Japão sempre foi para mim um destino de sonho! Desde criança sou amante e entusiasta atento da cultura japonesa. Desde os 4 anos de idade comecei a praticar judô e jiu-jitsu, além de assistir às séries de ação japonesas que passavam na televisão, como “Jaspion” ou “Changemen”. Também sou praticante do budismo japonês há muitos anos e isso é parte integrante e constitutiva do meu espírito! O que mais me encanta no Japão são as pessoas e os templos!

Portal Mie: Durante sua estadia no Japão, você conseguiu ter a oportunidade de conhecer várias partes do país. Há algum lugar ou experiência que o marcou particularmente?
Pedro André Bahia: Kyoto pra mim é muito especial por causa dos templos… mas por toda parte o Japão tem lugares absolutamente maravilhosos… Nagoya é muito especial pra mim por ter sido o meu lar por quase 6 meses…

Portal Mie: Sua música é uma fusão de diversas influências, incluindo reggae, blues, funk e ritmos latinos. Como a cultura musical japonesa influenciou ou se mesclou com o seu estilo durante essa temporada?
Pedro André Bahia: O aspecto Buda da cultura japonesa é o que mais me fascina por ser pra mim o mais difícil de colocar em prática… A arte da mansidão interior e de manter a calma mesmo perante as situações mais estressantes.

Portal Mie: Com mais de 25 anos de carreira musical e passagens por grandes eventos como o Concerto do Prêmio Nobel da Paz, qual é o momento mais memorável ou gratificante de sua trajetória até agora?
Pedro André Bahia: Sem dúvida o Nobel foi de suma importância! Mas ter podido viver no Japão foi igualmente significativo.

Portal Mie: Você mencionou a criação de seu próprio ritmo, o “Reggaefunk.” Pode nos contar mais sobre como esse ritmo se desenvolveu e como ele se encaixa em sua música?
Pedro André Bahia: É sobretudo uma questão de “pulsação”… a rítmica do funk soul e do reggae está contida na própria natureza… no balanço do mar, no soprar do vento, no som dos nossos passos na terra… O que tento fazer é captar essa energia positiva e transformar em música de acordo com a minha própria sensibilidade.

Portal Mie: O Brasil e o Japão têm culturas muito distintas. Como você enxerga a conexão entre essas duas culturas e como ela se reflete em sua música?
Pedro André Bahia: O japonês é famoso mundialmente pela sua inteligência e resiliência! Capacidade de superar os obstáculos… o povo brasileiro também é um povo forte e resistente! Capaz de empreender as mais fortes batalhas com um sorriso no rosto… O japonês ensina a agir com cautela e a ser paciente… O brasileiro é o mestre do improviso, cativa pelo sorriso e descontração e conseguir juntar tudo isso com sabedoria e lucidez é a chave hermenêutica que o bom profissional utiliza para abrir as portas do mercado e semear a cultura em campos que muitos julgam inférteis.

Portal Mie: Tendo tocado em casas noturnas no Japão, você teve a oportunidade de se conectar com o público japonês. Como você descreveria a recepção do seu estilo musical e das suas apresentações no Japão?
Pedro André Bahia: O público japonês é o melhor que já conheci! É bastante atento e curioso. E, por ser muito exigente, acaba por favorecer aqueles que têm um trabalho mais elaborado artisticamente falando. O japonês escuta o detalhe e se interessa, pergunta e compara com o que já ouviu antes e felicita o artista pelo seu labor e dedicação à sua arte!

Portal Mie: Muitos artistas internacionais encontram inspiração em suas viagens pelo mundo. Você pretende incorporar suas experiências no Japão à sua música ou futuros projetos?
Pedro André Bahia: Com certeza! O Japão já é parte de mim e por onde passar ele estará comigo! Esse aprendizado se reflete em mim não apenas como músico mas enquanto ser humano.

Portal Mie: Você mencionou que Pedro André Bahia é um “Cidadão do Mundo.” Como você vê seu papel como artista na promoção da compreensão e conexão entre diferentes culturas?
Pedro André Bahia: A arte, por definição, por excelência e por princípio, desempenha um papel de suma importância na sociedade! Serve para refletir, revelar e expor os problemas estruturais, denunciar as injustiças sociais de modo geral e particular. Também promove a reflexão coletiva sobre o lugar do ser humano nesse universo circundante e o lugar desse mesmo universo dentro desse mesmo ser humano. Ou seja, um quadro abstrato que às vezes não entendemos por não satisfazer o nosso apetite estético geralmente tem a função de revelar a inquietude interior do artista frequentemente recôndita entre a sua genialidade e extravagância, por exemplo…

Um olhar mais atento à arte esteticamente menos apelativa pode gerar importantes reflexões individuais e coletivas. Por outro lado a arte também proporciona espetáculo e entretenimento! Porém é um grande erro (principalmente nos dias de hoje) relegar à arte um papel meramente lúdico! A arte é uma ferramenta extremamente poderosa enquanto barômetro da sociedade e instrumento de melhoria e mudança se usada de forma correta, tendo SEMPRE presente o compromisso ético e estético que lhe conferem a inerente nobreza.

Pelo contrário, quando a arte é utilizada como mero entretenimento apenas prolifera a alienação, incultura e auto destruição. Acho que todo o ser humano tem o seu lugar no universo e deve contribuir com o seu trabalho (seja ele qual for) para um mundo melhor. Assim sendo entendo que a minha função humana é, enquanto artista, carregar como uma bandeira esse tal compromisso ético e estético investindo toda a minha dedicação na minha evolução técnica e espiritual que irá se refletir na qualidade da arte que eu produzo e, concomitantemente, me permitirá aprender e evoluir constantemente!

Portal Mie: Por fim, depois dessa temporada no Japão, você tem planos de retornar ao país no futuro? E quais são seus próximos passos na sua carreira musical?
Pedro André Bahia: Tenho sim, planos não apenas de retornar ao Japão mas de incluir o Japão no meu itinerário de shows anual… estarei sempre no Japão! Agora estou de volta a Berlim, Alemanha, onde é minha residência oficial.

Agradecimentos: Agradeço de coração a todos os que contribuíram para que a experiência do Japão fosse possível! Vanessa Nascimento e família Abraão Obara e família Gilmar Paulo da Silva Matilde e família Luciana Baldan e Júnior Betão Craft, Yago Kiyokawa, Cônsul Aldemo Garcia, Marlon Slustiano e família, Izaquiel, Marcos e toda a galera da Barbearia Floriano, Supermercado Works e Cláudio Bar Shooters, Fernanda e staff Midtown BBQ Tiago Bruno e Deo Oktyiabri Oogi e família Gary Sugita. – Pedro André Bahia.

Reportagem
Clayton Moraes – Fotógrafo & Colunista
Fotos – cedidas

 

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