Silvana Liberato, do Arena, de Echizen (Fukui) está em maus lençóis com as quase 150 pessoas que compraram o ingresso para assistir ao show da dupla Munhoz & Mariano. Ela, a contratante, deu entrevista para o Portal Mie, reafirmando o que ela já declarou para o público pagante: “vou reembolsar todos os que compraram o ingresso para o show que deveria ter ocorrido às 14h00 de domingo, dia 2”.
Silvana, que faria o primeiro show de artistas dessa magnitude para a comunidade brasileira residente na região Hokuriku, viveu horas de tensão no domingo pela manhã. E o nervosismo ainda continua.
Ela contou que enviou sua equipe para ir buscar a banda e os músicos contratados em Aichi. “Eles chegaram no hotel às 6h30, horário combinado entre os músicos e os agentes do show era as 7h00”, explica. Os músicos da banda chegaram a carregar os equipamentos no veículo. Por outro lado, “o empresário do Brasil não conseguia falar com o J. que acompanhava a banda e os músicos. Eu conversava com o responsável da banda por telefone que informava que estava acontecendo uma confusão no hotel”, desabafa.
Repentinamente descarregaram os equipamentos
Assim, entre telefonemas para o Brasil e com essas pessoas envolvidas no Japão, Silvana soube pela sua equipe que as 10h30 mandaram descer os equipamentos do veículo.
“Eles alegaram que não viriam para Fukui por causa de dinheiro. Não da minha parte, mas do show anterior. Eu me propus a pagar, para honrar meu compromisso com o público daqui que comprou os ingressos. Mas, eles não aceitaram”, contando que foi muito tenso.
Quando o relógio marcou 11h50, ela ligou novamente para A. pedindo uma resposta. “Após o meio dia, ouvi a resposta ‘não vai ter show’, sendo que estava tudo marcado para 14h00. Imagine o drama”, revela.
A contratante local teve que começar a ligar para as pessoas dizendo para não irem ao local que já estava pronto para fazer o show acontecer.
Prejuízo moral para a comerciante
Os ingressos que ela vendeu para cerca de 150 pessoas eram de 5 e 8 mil ienes. O que angustia Silvana é a falta de comprometimento da dupla e das pessoas envolvidas com o show biz.
“Sempre faço shows menores aqui para meu público e honro com meus compromissos, da mesma forma que esse espetáculo estava pago para o intermediário do Japão”, conta.
Show todo pago conforme depósitos efetuados
Segundo a contratante de Fukui, a conversa inicial foi de 50% de risco para cada uma das partes – ela e o intermediário local. Isso significava 600 mil ienes para cada um. “Só que já paguei 1,27 milhão de ienes até quinta-feira, quando a dupla e os músicos chegaram no Japão. E tenho os comprovantes.
A primeira parcela foi de 300 mil, conforme o acordo. Depois o intermediário local pediu mais 400 mil, depois mais 240 mil, em seguida, 250 mil, 50 mil para a alimentação que não era da minha responsabilidade e mais 30 mil no final, totalizando 1,27 milhão de ienes. Isso significa que banquei o show de Fukui sozinha para honrar meu compromisso com meus clientes”, explica.
“O show estava pago e não sei o que aconteceu”
“Vou devolver o dinheiro pois seria um desrespeito com eles (público). Agora, se quem me deve não me pagar, será um desrespeito dele para comigo e os clientes não têm nada a ver com isso”, reafirma Silvana. A dona do Arena está inconformada, sem compreender o que possa ter acontecido.
Falta de retratação do Munhoz & Mariano
A única nota que os artistas deixaram foi um post informando que o show não aconteceu “por descumprimento de cláusula contratual”, conforme ilustração acima.
O cantor Felix Sollo fez uma nota em seu perfil lamentando o cancelamento, pois ele seria um dos artistas a se apresentar no dia.
“A dona do Arena, Silvana Liberato, infelizmente foi a mais prejudicada nisso tudo, pois terá que arcar com todo prejuízo por conta de irresponsabilidade e falta de profissionalismo de alguns”, escreveu.
Silvana já arcou com os prejuízos da contratação do local e outras despesas, além do show todo pago conforme ela revelou, e promete ressarcimento.
“Como se explica um show ser cancelado praticamente em cima da hora, sem satisfação à contratante local?”, questionam Silvana e seu público.
Imagens: cedidas