Ato heróico da brasileira gera homenagem do Corpo de Bombeiros

Ato heróico da brasileira no resgate da idosa japonesa do incêndio e sua contribuição para que ele não se tornasse de grande proporção, rende homenagem dos bombeiros.

A brasileira Rossana na cerimônia de agradecimento do Corpo de Bombeiros, recebendo o diploma (cedida)

Na quarta-feira (25) uma brasileira foi homenageada pelo Corpo de Bombeiros de Tóquio. Recebeu um diploma de gratidão pelo seu ato heróico. Resgatou uma idosa japonesa do incêndio e evitou que ele ganhasse grande proporção.

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A homenageada foi Rossana Santos Harandi, há 19 anos no arquipélago, desde 1999, residente de um prédio em Nakano-ku, em Tóquio.

Um dos seus 5 sentidos – olfato – foi o começo de tudo. Ela sentiu forte cheiro de queimado, no dia 20, sexta-feira, por volta das 10h30. Nesse dia a região estava com um apagão. A residente do apartamento ao lado é uma idosa na faixa dos 80 anos, dona do prédio. Rossana bateu à sua porta, pois a campainha não funcionava.

“Ela apareceu toda molhada e fragilizada com um balde na mão, porque o chuveirinho funcionou com o incêndio. O local já estava todo cheio de fumaça. Vi que o incêndio começou no teto da cozinha”, relata.

“A senhorinha não queria deixar o local. Então, peguei um vaso de plantas, imobilizei a porta, deixei aberta pois estava tomado de fumaça e nesse meio tempo, liguei para o Corpo de Bombeiros. Como a linha estava ocupada, acionei a polícia pelo 110. Em poucos minutos os bombeiros chegaram”, relembra Rossana.

Enquanto isso, ela desceu uns lances de escada para chamar pela vizinha da frente, que por sorte tinha saído da casa para verificar o apagão. “Kaji desu”, disse Rossana, o que significa incêndio. Também bateu nas portas dos vizinhos do prédio para avisá-los sobre o fogo.

“Apesar da resistência consegui retirar a senhorinha do apartamento dela e os bombeiros chegaram”, conta.

Ação rápida

Rossana relembra que foi tudo muito rápido, no intervalo entre perceber o cheiro e a chegada dos bombeiros. “Eles contiveram o fogo logo, por isso, nem chegou a queimar o apartamento onde moro. Só danificou o da dona do prédio”, diz a brasileira.

Depois disso, a vizinha e ela passaram o dia todo explicando para os peritos da polícia, dos bombeiros e para a companhia de seguros. “Tudo indica que foi um problema elétrico, não sei se tem algo a ver com o apagão”, explica.

A companhia seguradora oferece hotel para quem perde a moradia. Nesse incêndio, somente a dona do prédio e sua filha usaram o serviço. “O prédio ficou com cheiro de queimado, mas não precisei sair de lá com minha família. O meu marido estava trabalhando e o nosso filho estava na escola primária”, conta.

Ato heróico rende gratidão

“A filha da senhorinha ficou muito grata. Me senti bem por ter contribuído para a sociedade, representando a comunidade brasileira”, explica.  

Já no dia seguinte Rossana recebeu um telefonema com palavras de agradecimento do Corpo de Bombeiros. Também foi informada que ela e a vizinha Inoue, professora de japonês para estrangeiros, receberiam o diploma de agradecimento – kanshajo (感謝状) – no dia 25, quarta-feira.

Rossana acrescentou os dias 20 e 25 de abril como mais duas datas históricas na sua vida (cedida)

E assim, quarta-feira foi um dia inusitado para a brasileira. Com a formalidade requerida para essa ocasião, ela recebeu o diploma por sua atitude diante do incêndio, salvando a vizinha de se tornar vítima fatal e evitou que se alastrasse pelo prédio.

“Apesar de serem educados, os vizinhos estão me vendo com outros olhos. Depois disso, sorriem com a alma”, contou Rossana que deixou marido e filho orgulhosos dela.

É muito bom a gente se sentir bem quando se faz algo pelo próximo. Não esperava por nada em troca”, relata.

O ato de servir está em Rossana. Acabou de concluir o curso de kaigo, cuidado com idosos ou pacientes do hospital, e pretende trabalhar na área.

Fotos: cedidas

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‘Nova história começa agora’, diz Kim em encontro com o presidente sul-coreano

Publicado em 27 de abril de 2018, em Ásia

Encontro histórico ocorre nesta sexta-feira (27) e um dos temas centrais será a desnuclearização da península coreana.

“Nova história começa agora” disse Kim (ANN)

Kim Jong–un declarou que “uma nova história começa agora” após apertar as mãos do presidente sul-coreano Moon Jae-in no início de uma reunião de paz monumental.

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Kim se tornou o primeiro líder norte-coreano a pisar em território sul-coreano desde 1953 na manhã desta sexta-feira (27), cruzando a linha que separa as duas Coreias na Zona Desmilitarizada (DMZ na sigla em inglês).

Ele foi cumprimentado por Moon antes de caminhar por um longo carpete vermelho até a Casa da Paz para a primeira reunião desde 2007 entre os líderes das Coreias divididas.

Um dos pontos da reunião será a desnuclearização da península coreana (NHK)

Os dois líderes pareciam estar à vontade, sorrindo e conversando e, ao entrar na Casa da Paz, Kim assinou um livro de convidados, onde escreveu “uma nova história começa agora” e “uma época de paz, no ponto inicial da história”.

Ambos viajaram até a DMZ nesta sexta-feira para um dia cheio de discussões sobre três assuntos com implicações mundiais – a desnuclearização da península coreana, o estabelecimento da paz e a melhoria das relações bilaterais.

Encontro é resultado de meses de negociações

Kim “discutiria de coração aberto” todas as questões com Moon, e estava inciando as conversas com a esperança de “atingir a prosperidade de paz e reunificação da península coreana”, disse a mídia estatal KCNA.

O encontro é resultado de meses de negociações diplomáticas por parte de Moon, um defensor da paz de longa data entre as Coreias. Essa reunião também irá estabelecer o palco para  primeiro encontro entre um presidente dos EUA em exercício e um líder norte-coreano, quando Donald Trump e Kim Jong-un se encontrarem no final de maio ou junho.

Em uma declaração emitida pela Casa Branca na manhã desta sexta-feira, a administração de Trump disse que tem esperanças de que as conversas “alcancem progresso em direção a um futuro de paz e prosperidade em toda a península coreana”.

Coreia do Norte continuará sendo observada

Contudo, os desafios são altos e alguns observadores estão em dúvida se os dois lados podem superar uma lacuna criada por 60 anos de antagonismo e desconfiança.

Oficiais em todo o mundo, principalmente nos EUA, observarão bem de perto qualquer acordo específico feito por Kim em relação a seu arsenal nuclear.

Enquanto que nas últimas semanas Kim tenha aprovado publicamente a desnuclearização, o que exatamente ele quer dizer com o termo e como ela ocorreria ainda é extremamente vago.

Fonte: CNN
Imagem: ANN, NHK

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