Cédulas e moedas do Japão (PM)
Com a desvalorização da moeda, na faixa dos 150 ienes por dólar, o Japão vem atraindo visitantes estrangeiros, os quais veem uma grande oportunidade para gastar, pois acham a comida e os hotéis baratos, além de fazerem compras de produtos valiosos como pérolas, joias, relógios e tênis de marca, roupas de inverno e outros atrativos.
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Assim, o comércio voltou a se aquecer depois de uma longa temporada de baixa por causa da pandemia, sem os estrangeiros que vêm a turismo.
Em contrapartida, para quem vem ao Japão para trabalhar e enviar dinheiro para seus familiares no país de origem, a situação está desfavorável por causa da diferença cambial.
Empregadores preocupados com a falta de mão de obra
Especialmente os trabalhadores qualificados como estagiários técnicos, vindos dos países do Sudeste Asiático, os quais ganham menos do que os que têm qualificação como visto permanente, estão tendo dificuldade pois o dinheiro está valendo menos ao fazer o envio.
A depreciação do iene em relação ao dong acelerou rapidamente desde o ano passado. Um estagiário técnico vietnamita contou que envia cerca de 80 mil ienes de sua renda mensal de 150 mil ienes para sua família, mas o que antes era convertido em 15,5 milhões de dong agora valem apenas 85%.
Ele trabalha em uma lavoura de horenso (espinafre japonês), na cidade de Ota (Gunma), mas disse que não compensa mais viver no Japão e quer voltar para o seu país.
Os agricultores japoneses, que já têm escassez de recursos humanos, estão sentindo uma crise devido à contínua depreciação do iene.
Yasunari Kubota, presidente do subcomitê de espinafre da cidade da JA (cooperativa) de Ota disse: “Gostaria que o governo japonês analisasse mais de perto essa realidade e implementasse políticas o mais rápido possível para fortalecer o iene”.
Outros estrangeiros questionam se deixam o Japão
Ao entrevistar outros estagiários técnicos em Tóquio, como de Bangladesh, Nepal e Indonésia, todos afirmam a mesma coisa. Continuam fazendo remessa financeira para seus familiares nos países de origem, mas no câmbio vale menos.
“Está difícil para viver, pois faço 2 arubaitos para poder ganhar 180 mil ienes, dos quais envio 100 mil para minha família, esposa e dois filhos”, disse um bengalês. Ele veio ao Japão há 5 anos e seu salário não mudou, mas o custo de vida sim e com essa taxa cambial dificulta suas metas.
A Austrália é a bola da vez?
“Adoro o Japão mas considero mudar de país”, declarou o bengalês.
Mapa da Austrália (Wikimedia)
Não só ele como outros estrangeiros pensam em se mudar para a Austrália, a qual necessita mão de obra para trabalhar nas lavouras e fazendas, além de outros setores.
Aliás, já firmou um acordo com o governo vietnamita para começar a receber seu povo.
Os salários dos trabalhadores estrangeiros na Austrália são cerca de duas vezes mais altos do que os do Japão e o custo de vida, dependendo do lugar, não é tão mais elevado. Por isso, tem se tornado um país atraente para os estrangeiros de diversos países, incluindo o Japão.
Os japoneses que falam o idioma inglês que já moram na Austrália não querem voltar e muitos estão arrumando suas malas para começar uma nova vida. São os dekasseguis japoneses, como chefs e outros que vão trabalhar na lavoura, em fábricas e outros locais porque ganham mais e podem ter um estilo de vida diferente e com um ganho muito maior.
Fontes: Nagoya TV, Ishikawa TV, SBBIT e ANN