“Quem não gosta de samba bom sujeito não é!” Já dizia o saudoso Dorival Caimi, e o nosso entrevistado da vez é Lincon Mello, paulistano da gema e sambista de primeira linha, ele conta o inicio da sua trajetória no Brasil e no Japão. Bora conhecer esta história?
Portal Mie: Nos conte um pouco do início de sua trajetória.
Lincon Mello: Foi meio inusitado na época. Em meados de 1986 pra ser mais exato eu tinha acabado de sair do meu primeiro trabalho perto de completar 15 anos, eu ainda me achava um heavy metal. Por influência da minha mãe acabei comprando um cavaquinho e me apaixonei pelo samba e desde então não ouço outra coisa. O samba mudou minha vida e minha história.
Portal Mie: Quais foram suas maiores influências no mundo do samba?
Lincon Mello: Como quase todos da minha época Minhas influência são o grupos Fundo de quinta, Só preto sem preconceito, Grupo raça , Grupo varanda, Almir Guineto, Roberto Ribeiro e muitos outros dos anos 80.
Portal Mie: Você é um sambista da geração 80 e 90, o que mudou no samba de hoje?
Lincon Mello: Como tudo no mundo tem sua evolução natural, não poderia ser diferente com o samba. Pra ser mais claro nos anos 80 surgiu um grupo inovador com uma levada empolgante e diferente, trazendo para o samba novos instrumentos como repique de mão, surdo de mão (tantan ) e o banjo trazendo um novo nome ao movimento, o Pagode. Isso trouxe muito tumulto ao samba e os sambistas mais tradicionais também demoraram um pouco pra assimilar essa inovação. Assim surgia o melhor grupo de samba de todos os tempos na minha opinião, Grupo Fundo de Quintal e talvez o novo samba de agora sofra isso também. É natural demorar um pouco pra aceitar o novo.
Portal Mie: O que torna uma música inesquecível, um samba que ultrapassa gerações?
Lincon Mello: Difícil dizer acredito que não tenha uma fórmula mágica. Acho que uma boa melodia e uma letra simples e com conteúdo seja um começo pra chegar lá.
Portal Mie: As pessoas confundem muito, qual a diferença entre Samba e Pagode?
Lincon Mello: Não tem, pois tudo é samba (pagode, choro, partido alto e etc) como em outros estilos tem suas dissidências no samba não é diferente.
Portal Mie: Todo sambista tem o seu afilhado no samba, você foi de quem e qual é o seu afilhado.
Lincon Mello: Minha madrinha no samba infelizmente já está mais nesse plano. Uma grande cantora qual eu tive o prazer é acompanhá-la por anos em São Paulo foi a Celina, uma profissional linda e única. Quem curtiu pagode dos anos 80 e 90 em Sampa com certeza conhece ou já ouviu falar dela. Afilhado no samba ainda não tenho mais com certeza é questão de tempo.
Portal Mie: Chegando no Japão você chegou a pensar que não iria mais fazer o que gosta? Conte como tudo começou aqui na terra do sol nascente.
Lincon Mello: Meu caso é bem diferente, pois não tenho descendência japonesa. Vim ao Japão já como músico pra tocar em uma churrascaria brasileira para japoneses. Depois de um tempo indo e voltando acabei ficando de vez. E vivi de música aqui por uns 10 anos mais ou menos, e hoje optei por tocar só nos finais de semana e trabalhar em fábrica.
Portal Mie: Quais são seus projetos musicais para 2021?
Lincon Mello: Assim passar essa pandemia pretendo lançar meu primeiro trabalho aqui no Japão que já está pronto, mas aguardando para ser lançado. E também dar continuidade ao meu pagode que faço uma vez por mês para todos os amigos e amantes do samba aqui no Japão. Já é um pagode bem conhecido por muitos em Nagoya, Gifu, Mie e regiões próximas a essas províncias.
Agradecimentos:
Gostaria de fazer um agradecimento especial a todos que acompanham o meu trablho e aos meus colaboradores que acreditam e investem nesse novo projeto, meu muito obrigado de coração. – Lincon Mello.
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Fotos com Lincon Mello
Reportagem
Clayton Moraes – Fotógrafo & Colunista
Fotos – cedidas