Os estrangeiros que estavam em greve de fome há duas semanas, reivindicando melhoria das condições nos centros de detenção de imigrantes no Japão, terminaram o protesto com a esperança de que traria um tratamento melhor, mas um funcionário disse na quinta-feira que não haveria mudança nas medidas políticas.
Ativistas e detentos dizem que as condições precárias nos centros de detenção de imigração do Japão levaram a sérios problemas de saúde mental e até a morte de detentos. Desde 2006, 13 pessoas morreram, a mais recente em março.
Cerca de 20 detentos do Escritório Regional de Imigração de Tóquio fizeram greve de fome no dia 9 de maio em protesto a suas repetidas detenções, as quais abordaram como tratamento desumano.
No auge da greve, cerca de 100 detidos, incluindo requerentes de asilo e alguns presos em uma instalação de imigração em Nagoya, estavam em greve de fome. Contudo, o último dos grevistas começou a comer esta semana porque eles tinham atingido seus limites físicos e queriam ver se as autoridades iriam responder positivamente após seu protesto, que ganhou cobertura da mídia.
“Os detidos do centro de imigração de Tóquio encerraram sua greve de fome à medida que suas condições mentais, físicas e de saúde se agravaram“, disse Mitsuru Miyasako, chefe do grupo de ativistas da Associação de Liberação Provisória, em entrevista coletiva.
Shigeki Otsuki, funcionário do Ministério da Justiça que supervisiona a detenção de imigrantes, confirmou que a greve de fome havia terminado e disse que as autoridades já estavam fazendo o possível para melhorar as condições.
“Vamos continuar a responder adequadamente como fizemos no passado, não mudaremos nada em particular“, disse Otsuki à Reuters.
Quatro grevistas de fome foram hospitalizados durante o protesto, um dos quais engoliu uma lâmina de barbear, mas recebeu tratamento, disse um legislador informado por autoridades de imigração. Os quatro estão de volta à prisão.
Um preso, durante uma entrevista cedida a Reuters em uma divisão de segurança do centro de Tóquio, disse que pode haver mais protestos.
“Se não houver mudanças, poderemos fazê-lo novamente”, disse o detido, que se recusou a ser identificado.
Fonte: Japan Today