No auge da crise chegou a haver mais de 600 pontos de manifestação imagem ilustrativa/ Wikimedia/Agência Brasil)
De acordo com atualização divulgada às 12h (horário local) de 31 de maio pelo Ministério Extraordinário da Segurança Pública, não há mais pontos de concentração de caminhoneiros em rodovias federais. As informações são da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que monitora a situação das estradas no país e os pontos de bloqueio e manifestações de caminhoneiros.
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Segundo a corporação, não há mais aglomeração de pessoas ou veículos perto de rodovias federais ou “qualquer anormalidade no fluxo de veículos”. Não há, contudo, acompanhamento de possíveis protestos em estradas estaduais.
No último balanço da situação das rodovias federais, divulgado às 11h de 31 de maio, ainda existiam nove pontos de concentração. Destes, seis eram em Santa Catarina, dois no Rio Grande do Sul e um no Ceará.
Na atualização divulgada no início da manhã de 31 de maio, o Ministério da Defesa ainda contabilizava 65 pontos de concentração de caminhoneiros.
Pelos cálculos do governo, no auge da crise, chegou a haver mais de 600 pontos de manifestação.
O acordo com entidades representativas dos caminhoneiros foi fechado no último domingo (27). Mas, ainda assim, caminhoneiros mantiveram protestos em diversos locais do país. Líderes de entidades, como a Associação Brasileira dos Caminhoneiros, e apurações feitas pelo governo apontaram a presença de infiltrados no movimento.
A greve
A greve dos caminhoneiros teve início em 21 de maio. Os grevistas se manifestaram contra os reajustes frequentes e sem previsibilidade mínima nos preços dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, realizados pela estatal Petrobras com frequência diária, pelo fim da cobrança de pedágio por eixo suspenso e pelo fim do PIS/Cofins sobre o diesel.
A paralisação e os bloqueios de rodovias em 24 estados e no Distrito Federal causaram a indisponibilidade de alimentos e remédios ao redor do país, escassez e alta de preços da gasolina, com longas filas para abastecer. Além disso, a frota de ônibus foi reduzida, voos foram cancelados em várias cidades, enormes quantidades de alimentos foram desperdiçados e 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos podem ter morrido por falta de ração.
Até o dia 24 de maio, pelo menos cinco cidades no Rio Grande do Sul haviam decretado situação de calamidade pública devido aos desabastecimentos, enquanto outras cidades de quatro estados decretaram estado de emergência, dentre elas São Paulo e Porto Alegre.No dia 25, o governo anunciou o uso das Forças Armadas para desobstruir as rodovias.
A greve e suas repercussões receberam cobertura internacional pela imprensa e dos principais jornais do país.
Fonte: Agência Brasil
Imagem: Wikimedia