Até as 8h de terça-feira (7) ocorreram 185 abalos de intensidade sísmica 1 a 4 nas Ilhas Tokara (Kagoshima). Os sismólogos dizem que todo o arquipélago precisa estar vigilante, não só a região de Kyushu.
A leste das ilhas Tokara, tem a placa do mar das Filipinas se esgueira sob a placa da Eurásia. E a oeste, tem Okinawa Trough (calha submarina).
Toshiyasu Nagao, professor da Divisão de Pesquisa de Terremotos, Tsunamis e Vulcões, da Universidade de Tokai, explica: “O que está acontecendo nas Ilhas Tokara não é apenas um problema em Kyushu, mas de todo o Japão central. Ocorreu um terremoto forte na província de Yamanashi na sexta-feira (3). E as atividades continuam em torno da Península de Noto, na província de Ishikawa”. E em Wakayama também teve um de intensidade 5 fraca, na sexta-feira.
Ocorrência de terremotos e erupções
“O vulcão submarino Fukutoku-Okanoba entrou em erupção em agosto deste ano, tanto que as pedras pomes se tornaram um problema em Okinawa e costas de outras províncias. Foi uma erupção muito grande e só acontece 1 vez a cada cem anos”, explicou Nagao. Dois meses depois, o Monte Aso na província de Kumamoto também entrou em erupção.
No futuro, Kagoshima, onde as ilhas Tokara estão localizadas, e todo o arquipélago japonês também precisam estar vigilantes, pontuou. “Acho que todo o arquipélago japonês está se aproximando de um estado em que terremotos e erupções vulcânicas podem ocorrer”, analisou o professor.
Outro professor nega que os tremores das ilhas causem um grande terremoto
Segundo o professor emérito Yoshiyuki Tatsumi, da Universidade de Kobe, especialista em magmas, a lei natural dos abalos sequenciais das Ilhas Tokara que supostamente causaria um grande terremoto no Japão, “na tecnologia de ponta não encontramos uma relação causal. É altamente possível que seja apenas uma coincidência”, apontou.
A AMJ-Agência de Meteorologia do Japão reconhece que os terremotos que ocorreram no leste e oeste do arquipélago não estão diretamente relacionados à ocorrência de um grande.
Terremoto de Nankai Trough tem data?
No entanto, os especialistas alertam que o gigantesco terremoto de Nankai Trough, a erupção do Monte Fuji e o terremoto da capital, Tóquio e região, podem causar enormes danos no futuro.
“Os dois terremotos – Yamanashi e Wakayama – não estão diretamente relacionados, mas é preciso cautela”, disse o professor emérito Hiroki Kamata, da área de vulcanologia e ciências da terra, da Universidade de Quioto.
O terremoto dos Cinco Lagos Fuji foi causado pelos efeitos colaterais do Grande Terremoto do Leste do Japão de 2011. Acredita-se que o terremoto de Wakayama foi um terremoto direto no qual o solo do interior foi rachado devido ao estresse energético em direção ao terremoto gigante de Nankai Trough e vem acontecendo desde o Grande Terremoto Awaji. O principal terremoto de Nankai Trough provavelmente ocorrerá por volta de 2035, com diferença a mais ou menos de 5 anos, e então deverá desencadear a erupção do Monte Fuji”, avalia.
Não se pode acostumar aos abalos de intensidade até 5
Por outro lado, o professor Manabu Takahashi do Centro de Pesquisa de Civilizações do Pacífico da Universidade Ritsumeikan, que está familiarizado com a história de desastres, disse: “Desde este verão, o número de terremotos na área metropolitana de Tóquio aumentou e ocorreram erupções em Izu e nas Ilhas Ogasawara. Diastrofismos – processos de deformação da crosta terrestre – ainda não experimentados, já estão ocorrendo, os quais podem levar às erupções do Monte Fuji e das Ilhas Izu”.
Além do temido terremoto Nankai Trough e a possível erupção do Monte Fuji é preciso ficar atento ao terremoto da região metropolitana, o chamado shuto chokka jishin (首都直下地震).
“No futuro, acredita-se que terremotos com intensidade sísmica inferior a 5 ocorrerão com frequência, inclusive na área metropolitana, e há o risco da população acabar se acostumando com os abalos. É preciso que a população esteja preparada regularmente, sem se descuidar”, adverte o professor Kamata.
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Fontes: Weather News, ANN, Fuji e Minami Nippon Shimbun