A Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação na quinta-feira (19) em relação à crescente propagação da variante H5N1 da gripe aviária para outras espécies, incluindo humanos, que enfrentam uma taxa de mortalidade “extraordinariamente alta”.
“Isso continua sendo uma preocupação enorme”, disse o cientista chefe da agência de saúde das Nações Unidas, Jeremy Farrar, aos repórteres em Genebra, na Suíça.
O atual surto de gripe aviária começou em 2020 e levou às mortes de dezenas de milhões de aves, com as selvagens também infectadas, assim como mamíferos terrestres e marinhos.
Vacas e cabras se juntaram à lista no mês passado – um desenvolvimento surpreendente para especialistas porque não se acreditava que elas eram suscetíveis a esse tipo de influenza.
A cepa A (H5N1) se tornou uma “pandemia animal de zoonótica global”, disse Farrar.
“A grande preocupação do andamento é que ao infectar patos e galinhas e então cada vez mais mamíferos, o vírus agora evolui e desenvolve a habilidade de infectar humanos e então criticamente a habilidade de ir de humano para humano”.
Mas nas centenas de casos em que humanos foram infectados através de contato com animais, “a taxa de mortalidade é extremamente alta”, disse Farrar.
Do início de 2023 a 1º de abril deste ano, a OMS havia registrado 463 mortes de 889 casos humanos em 23 países, colocando a taxa de mortalidade a 52%.
Quando “você entra em contato com a população mamífera, então você está chegando mais perto dos humanos”, disse Farrar, alertando que o vírus está simplesmente procurando por novos hospedeiros”.
“É uma preocupação real”.
Farrar pediu pelo aumento do monitoramento, insistindo que era “muito importante compreender como as infecções humanas estão ocorrendo, porque é onde a adaptação (do vírus) acontecerá”.
Ele disse que esforços estavam em curso para o desenvolvimento de vacinas e terapias para tratar a H5N1 e enfatizou a necessidade de garantir que autoridades da saúde regionais e nacionais em todo o mundo tenham a capacidade de diagnosticar o vírus.
Fonte: Channel News Asia