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Coletiva de impresa de 10 horas da Fuji TV (Imagem: ANN)
Em meio a uma série de escândalos e queda de confiança, a Fuji TV realizou uma entrevista coletiva histórica, que durou mais de 10 horas entre os dias 27 e 28 de janeiro.
Durante o evento, foi anunciada a renúncia do presidente Shūji Kanō e do CEO Kōichi Minato, como tentativa de conter a crise de credibilidade da emissora.
A Fuji TV sofreu um golpe significativo com a suspensão de publicidade por mais de 75 patrocinadores, uma situação inédita na história da televisão japonesa.
Apesar disso, analistas indicam que a emissora não corre risco imediato de falência devido a sua sólida base de ativos, incluindo investimentos financeiros avaliados em 4 trilhões de ienes e propriedades imobiliárias valiosas, como o Tokyo Sankei Building. Além disso, o grupo possui outras fontes de receita, como o setor de turismo, que apresentou lucros superiores ao da própria emissora.
A queda na audiência tem sido um problema contínuo para a Fuji TV desde 2011, quando protestos contra o suposto favorecimento à cultura sul-coreana resultaram em um declínio significativo. A crise atual segue o mesmo padrão, com os índices de audiência da emissora (4,4%) ficando atrás de concorrentes como Nippon TV (6,1%) e TV Asahi (6,3%), o que impacta diretamente suas receitas publicitárias.
O modelo de governança da Fuji TV, criticado por manter líderes envelhecidos em posições de poder, também está sob escrutínio. Acionistas exigiram reformas, incluindo limites de idade para executivos, mas mudanças significativas ainda não ocorreram. Especialistas afirmam que, sem uma reformulação completa, a emissora pode continuar perdendo relevância e enfrentando dificuldades financeiras.
A Assembleia Geral de Acionistas de 2025 será um ponto de virada para a Fuji TV. Espera-se que o relatório de uma comissão independente, previsto para março, revele informações sobre os escândalos e possa pressionar por reformas estruturais.
A emissora tem a oportunidade de se reinventar e adaptar sua governança e estratégias às mudanças do mercado, evitando o pior cenário: a perda contínua de confiança do público e a redução de sua influência no setor de mídia.
Fonte: Shueisha